Microvitum – As Emanações Misteriosas do Fator Cósmico

Este discurso é sobre “Microvitum, as Emanações Misteriosas do Fator Cósmico”. De forma a esconder as nossas limitações ou imperfeições, quando não sabemos nada sobre uma coisa, é um costume dos seres humanos dizer que ela não existe, ou, de uma forma mais inteligente, dizer que é uma coisa abstrata. Neste nosso universo, para tudo aquilo que vem no âmbito dos nossos sentidos ou dentro da periferia da nossa perceção, nós dizemos “Isto é…”, e para o que quer que esteja além da arena dos sentidos ou da jurisdição da nossa perceção, não podemos dizer nada. Então, o nosso mundo funciona dentro das limitações dos nossos sentidos e das nossas perceções. Nós sabemos que no reino da introversão ou extroversão cósmica, é na primeira fase – isto é, na fase de extroversão – que o “subtil” é transmutado em “bruto”, e na fase de retorno (introversão), que o “bruto” é metamorfoseado em “subtil”. Neste progresso, ou melhor, nesta abordagem semi-circular, podem existir objetos mais subtis no reino da matéria – muitos objetos mais subtis que eletrões ou protões, neutrões ou positrões – mas não temos alternativa senão dizer que eles não são nem eletrões nem protões ou positrões ou neutrões. E da mesma forma, na esfera psíquica,podem existir entidades ainda mais subtis que o ectoplasma, ou a sua cobertura extra-psíquica, o endoplasma.

Há entidades que existem simultaneamente em ambos os reinos físico e das expressões psíquicas, que são mais pequenas ou mais subtis que átomos, eletrões ou protões, e que no reino psíquico podem ser mais subtis que o ectoplasma. Para tais objetos ou para tais entidades eu uso o termo “microvitum”. Este microvitum, ou no plural, microvita, não são de ordem protoplasmática e, por isso, têm pouco a ver com moléculas carbónicas ou átomos de carbono, que são considerados como os pontos iniciais ou estágios iniciais da vida neste universo. Naquilo que diz respeito à esfera física, a posição destes microvita está justamente entre o ectoplasma e o eletrão, mas não são nem ectoplasma nem eletrão.

É um hábito dos seres humanos que, quando sabemos algo sobre algum assunto ou objeto, quando sabemos que ele existe mas que desconhecemos as suas características ou outros detalhes, dizemos que é “misterioso”. Por isso, relativamente a estes microvita, podemos dizer que são misteriosos. Por isso é que usei o termo “microvitum, as emanações misteriosas do fator cósmico”. Não são de ordem protoplasmática, e por isso, a questão da sua estrutura protozoária ou estrutura metazoária não se levanta. São algo misterioso.

Estes microvita não são todos da mesma densidade ou da mesma subtileza. Alguns deles existem dentro do alcance de um microscópio muito desenvolvido; e outros, embora não surjam dentro do alcance de um microscópio, devido à sua expressão acional ou através da sua faculdade acional ou como resultado da suas vibrações acionais, podem ser captados pela abrangência da nossa perceção. Esses, são de uma ordem mais subtil. Podem ainda existir formas de microvita mais subtis, que podem não surgir diretamente no escopo da nossa perceção, mas sim no escopo de um tipo especial de perceção que é, na verdade, a reflexão da conceção dentro do alcance da perceção numa esfera limitada.

Então, estes microvita podem ser divididos amplamente em três categorias – primeira, aqueles que existem dentro do alcance de um microscópio; segunda, aqueles que, não existindo dentro do alcance de um microscópio, surgem dentro do alcance da perceção devido ao resultado da sua expressão, da sua vibração acional; e terceira, aqueles que não existindo dentro do alcance da perceção comum, existem dentro do alcance de um tipo especial de perceção, que é na verdade uma reflexão da conceção na periferia da perceção. Tal perceção – esse tipo especial de perceção – pode ser sentida ou realizada por pessoas com uma mente muito desenvolvida e espiritualmente orientada.

Relativamente a estes microvita de uma ordem mais bruta, que podem surgir dentro do alcance de um microscópio, há quem lhes dê o nome de “vírus”. Dizem, “Esta doença tem origem num vírus”. Mas vírus é um termo vago. O melhor termo seria microvitum, e não vírus.

Estes microvita movem-se por todo o universo, de um corpo celestial para outro. Movem-se por todo o lado, atravessando nébulas, galáxias, estrelas, satélites, planetas e meteoritos. Movem-se livremente, não conhecendo barreiras, sem quaisquer limitações de condições atmosféricas ou leituras barométricas. Como é que se movem? Tudo requer um meio para se mover. Mobilidade significa movimento através de um meio. Pode existir mais do que um meio, isto é, podem existir vários meios simultaneamente no mesmo movimento. Estes microvita também se movem através de diversos meios. Movem-se através do som. O chamado vírus de uma pessoa doente, pode mover-se através do seu som. Podem mover-se através do tato. Podem mover-se através de formas ou figuras. No caso de algumas doenças, a doença espalha-se através do seu cheiro e, no caso de microvita mais subtis, podem mover-se através de ideias. Uma determinada ideia pode ganhar uma velocidade acelerada num certo planeta, com a ajuda de algumas mentes concetualmente desenvolvidas. Isto é, uma grande pessoa com uma grande mente concetualmente desenvolvida pode espalhar as suas ideias por todo o planeta, com a ajuda destes microvita, ou até em diferentes corpos celestiais por todo o universo.

Qual é a raiz causal deste universo? Qual é o ponto de começo da vida ou da vitalidade? Estes microvita são os portadores da vida em diferentes, estrelas, planetas e satélites – e não os átomos ou moléculas carbónicas. Estas criaturas vivas, com o seu movimento misterioso, criam mentes e corpos vivos em diferentes corpos celestiais, e também destroem mentes e corpos físicos, muito ou pouco desenvolvidos, em qualquer canto do universo. Então a raiz causal da vida não são os protozoários unicelulares ou as células protoplasmáticas unitárias, mas estas unidades de microvitum.

Agora, deve haver um trabalho extenso de investigação relativamente a estes microvitum ou microvita. A nossa tarefa é gigante e devemos iniciar o trabalho de investigação de microvita imediatamente e sem quaisquer atrasos, caso contrário, muitos problemas na sociedade moderna não serão resolvidos de uma forma agradável. Tal como Pramá (equilíbrio) é uma componente essencial no campo da inteletualidade ou da busca inteletual, da mesma forma, no reino inteletual mais elevado, o trabalho de investigação sobre estes microvita é extremamente necessário. Aqui, mais uma vez devemos lembrar do fato que estes microvita são uma criação na fase interna, ou melhor, na fase de retorno da expressão cósmica. Somos seres humanos com um inteleto desenvolvido. Eu penso, ou melhor, eu espero, ou melhor, eu tenho a certeza que irá certamente chegar o dia em que os seres humanos irão alcançar um controlo apropriado destes microvita.

Em tempos antigos, relativamente às estruturas singulares ou coletivas destes microvita, os antigos rśis (sábios) disseram que eles são de sete tipos, de sete espécies, e deram-lhes os nomes: yaksá, gandharva, vidyádhara, kinnara, siddha, prakrtiliina and videhaliina de acordo com a natureza da sua subtileza ou a natureza da sua crueza.

Eu penso que, pelo esforço da nossa sádhaná espiritual, ou melhor, da nossa sádhaná psico-espiritual, as nossas mentes vão desenvolver-se em todos os estratos, e o poder da conceção também se irá desenvolver, e com esse poder de conceção desenvolvido, iremos saber todos os segredos destes microvita.

31 Dezembro 1986, Calcutá

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Microvitum in a Nutshell