Os três pré-requisitos para o conhecimento espiritual

«Foi dito nas escrituras,

Shravańáyápi bahubhiryo na labhyah
Shrńvanto’pi bahavo yaḿ na vidyuh;
Áshcaryo vaktá kushalo’sya labdhá
Áshcaryo jiṋátá kushalánushiśt́ah.

De entre tantas pessoas na nossa sociedade humana, muito poucas têm a oportunidade de adquirir conhecimento espiritual. E dessas, uma percentagem ainda menor tem a sorte de receber um treino ou ensinamento prático. Porquê? Porque a ciência é rara, os aspirantes mais raros, e os professores mais raros ainda. Continuar a ler

Ensinamentos de Shiva – 2

[…] As inúmeras estruturas que surgem como resultado das incalculáveis ondulações vibracionais da Entidade Suprema, por um lado, animaram cada passo da criação com uma vitalidade constante e uma doçura abençoada, e, por outro lado, deram espaço a uma compreensão equivocada d’Ele como muitos, e não apenas um. Deste erro surge toda a deliciosa doçura da vida, seus sabores picantes – e também suas picadas penetrantes e dolorosas de escorpião, seus gemidos de dor atroz que cortam o coração. Assim, em Um vemos muitos, em todas as suas perfeições e imperfeições, em toda a sua doçura e amargura – tudo devido à especial função dos indriyasTayorabhedo’smin indriyopádhiná vae. Continuar a ler

Paralelismo Psico-Espiritual

[…] O paralelismo psico-físico tende sempre a tornar as ondas psíquica mais densas e, se as ondas mentais ficarem densas, os seres humanos serão transformados em seres crudes (o caminho de pratisaincara negativo) e a elevação espiritual permanecerá um sonho distante. No entanto, nos afazeres do dia-a-dia, temos que relacionar os significados das palavras e por isso estabelecer paralelismos psico-físicos. Será que, então, o destino dos seres humanos está selado para sempre?

Não, não está. Podemos sobreposicionar uma onda espiritual suprema sobre a onda física e assim lidar com essa como uma das manifestações do infinito espiritual.

É isto que a filosofia da Ananda Marga explica como sendo Brahmacarya. Brahmacarya não significa celibato mas a assimilação das ondas psíquicas da mente unitária pelas ondas eternas do Macrocosmo. A Ananda Marga dá assim ao praticante espiritual um método prático através do qual esta sobreposição é feita e as ondas mentais são salvas de se transformarem em algo crude. Continuar a ler

Mantra e Japa

Há alguns meses atrás, na ocasião do Dharma Mahácakra [grande congregação espiritual] em Madras, eu disse que mantra e encantação (mantramantrajapa) não são a mesma coisa. Como não existe nenhum sinónimo para a palavra em Inglês ou Latim, estou limitado a usar a palavra “encantação”. Da mesma forma, as duas palavras, diiksá e “iniciação” não têm significados idênticos. No entanto, como não existe uma palavra mais apropriada quer em Inglês quer em Latim, sou obrigado a usar ta palavra “iniciação” para diiksá. A palavra diiksá tem um significado profundo. No Tantra é dito sobre diiksá 

Diipajinánam yato dadyát kuryát pápa ksayam tato,
Tasmát diikseti sá proktá sarva tantrasya sammatá.

[O processo que produz a capacidade de realizar o significado interno do mantra e e que acelera a vivência dos samskáras, ou impulsos reactivos, é chamado diiksá.]

Diiksá é composto por diikśa. No género feminino, adicionando o sufixo á, torna-se diiksá.

O que é diipajinánaḿ? Mesmo que uma pessoa saiba o caminho, se não tiver uma lanterna ou tocha com ela, então irá encontrar dificuldades para se movimentar adequadamente na escuridão. Continuar a ler

A necessidade da prática intuitiva

A prática intuitiva (sádhaná) tem de ser aprendida a partir de um grande mestre (sadguru), e a emancipação é obtida pela sua prática sistemática. Nada pode ser conseguido meramente dependendo do mestre sem a realização da prática intuitiva (sádhaná). Todos devem realizar prática intuitiva. A emancipação não é possível sem ela.

Algumas pessoas têm a impressão errada de que não têm de fazer um esforço e que vão atingir a emancipação devido à graça do mestre. É verdade que a libertação não é possível sem a bondade do grande mestre mas estão enganadas se pensam que a libertação pode ser obtida sem esforço. Cada um tem que merecer a bondade e só então a libertação lhe será concedida. Nunca é oferecida a um discípulo que não merece. Para merecer a graça do sadguru cada um tem que seguir o sistema de prática intuitiva com devoção e fé, e não assumir que o grande mestre dará livremente tudo sem qualquer esforço por parte do discípulo.

Outras pessoas pensam que uma vez que são os discípulos de um grande mestre e como o sadguru veio para elevar os “caídos”, o mestre irá Continuar a ler